
PROGRAMA
MESAS REDONDAS
O DEBATE DOS GRANDES DESAFIOS DO SETOR, COM A PARTICIPAÇÃO DE ESPECIALISTAS CONVIDADOS

A ADAPTAÇÃO ÀS NOVAS DIRETIVAS EUROPEIAS
– EXIGÊNCIAS E IMPLICAÇÕES
Depois de, em 2020, ter aprovado uma nova diretiva que estabeleceu normas mínimas de qualidade da água destinada a consumo humano, perspetivando a monitorização dos níveis de perdas de água, com obrigação de reporte à Comissão a partir de janeiro de 2026 e a obrigatoriedade de apresentação de um plano de ação à Comissão para as situações que ultrapassem o limiar estabelecido no ato delegado a partir de 2029, o Parlamento Europeu encontra-se, este ano, a analisar uma proposta de diretiva da Comissão Europeia com uma revisão das regras de tratamento das águas residuais urbanas na União Europeia, na qual se antecipam obrigações bastante mais rigorosas a serem obedecidas.
Não obstante estas revisões assentarem num princípio meritório de valorização dos sistemas de água, esta nova realidade levanta algumas questões que importa responder, nomeadamente, a nova matriz de responsabilidades que irá emergir destas diretivas, a efetiva capacidade do país para fazer face a estas exigências, e quem irá ser chamado a participar nos necessários e consideráveis investimentos a levar a cabo pelos municípios e pelas entidades gestoras.
Nesta mesa-redonda serão debatidas as principais consequências que se avizinham com estes novos patamares de exigência, e qual a sua real extensão para os diferentes intervenientes do ciclo urbano da água.
Moderadora: Ana Luísa Guimarães, Sócia, Sérvulo & Associados
Oradores: Joana Felício, Presidente do Conselho de Administração, Simdouro/ APDA
José Pimenta Machado, Vice-Presidente do Conselho Diretivo, APA
José Saldanha Matos, Professor, Instituto Superior Técnico
Susana Rodrigues, Diretora do Departamento da Qualidade, ERSAR
A ATRATIVIDADE DO SETOR NAS DIFERENTES GERAÇÕES
DE PROFISSIONAIS
Um dos maiores desafios que as entidades gestoras de água têm vindo a enfrentar, é a sua capacidade de captar, manter e renovar o talento dentro das suas organizações. Ao mesmo tempo, assegurar uma eficaz transferência de conhecimento e uma adequada formação dos seus quadros afiguram-se igualmente como aspetos críticos, que obrigam a uma nova abordagem na gestão de pessoas.
Este desafio contempla linhas de ação diversas. Por um lado, internamente, torna-se imprescindível identificar as funções críticas e as competências-chave associadas, que permitam desenvolver mecanismos de formação e capacitação de talento. Mas, simultaneamente, importa refletir sobre a atual atratividade das empresas e entidades do setor, num mercado de trabalho que, além de global, se apresenta cada vez mais flexível e com menos restrições à mobilidade dos profissionais.
Será a especialização no setor da água atrativa aos olhos dos jovens? E relativamente aos profissionais da água com maior experiência, estarão as entidades gestoras e as demais empresas do setor a cumprir as suas expetativas de progressão e valorização? No patamar mais operacional, estaremos a fomentar a “arte da água”? E qual o papel da comunicação interna das organizações nesta matéria? Estas serão apenas algumas das questões que especialistas em gestão de pessoas, presentes nesta mesa-redonda, se propõem debater.
Moderadora: Patrícia Jardim da Palma, Professora, Universidade de Lisboa/ Presidente da Direção, INTEC - Instituto de Tecnologia Comportamental
Oradores: Ana Rita Gonçalves, Responsável pela Área de Desenvolvimento de Recursos Humanos, Águas de Portugal
Joana Carvalho, Partner, ARGO
Marina Sequeira, Coordenadora do JOPA da APDA/ EPAL
Rita Veloso, Administradora Executiva, Centro Hospitalar Universitário de Santo António
O EQUILÍBRIO DO ATUAL SUBFINANCIAMENTO DO SETOR
– COMO, COM QUEM E COM O QUÊ?
O conceito dos 3Ts foi desenvolvido pela OCDE para descrever e classificar as três principais fontes financeiras de investimento no setor da água – taxas, tarifas e transferências – cuja base financeiramente sustentável exige que se estabeleça o equilíbrio e a relação adequados entre cada uma destas fontes.
Numa altura em que os principais estudos do setor apontam para a necessidade de um investimento avultado e urgente nos ativos das entidades gestoras, o setor subsiste com uma realidade muito pouco favorável ao seu financiamento. Por um lado, aguarda a publicação de alguns dos seus principais instrumentos estratégicos, como o PENSAARP 2030 ou o Regulamento Tarifário da ERSAR, e, por outro, assiste a uma sociedade civil que insiste em ver o valor da água como um custo do orçamento individual dos portugueses, e que se esquece de ver esse valor como um investimento no futuro do país.
Perante isto, nesta mesa-redonda irão ser analisados os riscos que conseguimos antever no horizonte e debatidas as várias possibilidades e modelos de financiamento, que garantam a capacitação das entidades gestoras e o desenvolvimento contínuo do setor.
Moderador: J. Henrique Salgado Zenha, Vice-Presidente do Conselho Diretivo, APDA
Oradores: Jaime Melo Baptista, Presidente do Conselho de Administração, LIS-Water
Nuno Campilho, Diretor Geral, Águas do Baixo Mondego e Gândara/ APDA
Pedro Perdigão, CEO, Grupo INDAQUA
Rosa Cortez, Secretária Técnica da Sustentabilidade dos Territórios, CCDR Norte
A AFIRMAÇÃO DO SETOR NA SOCIEDADE CIVIL
Um dos saltos qualitativos mais relevantes que o setor da água vivenciou nos últimos anos foi a sua capacidade de identificar os principais stakeholders externos e orientar a sua operação para atender às expetativas desses stakeholders.
A crescente exigência dos clientes (ou utilizadores), cada vez mais conscientes da importância da boa gestão da água e rigorosos na sua relação com a entidade gestora, foi acompanhada com uma política de valorização desses mesmos clientes na missão das entidades gestoras, cientes da responsabilidade acrescida que advém de um negócio que apresenta entraves naturais à concorrência.
Apesar desse inegável avanço, estarão as entidades gestoras a fazer tudo neste domínio de relações externas? De que forma deve ser garantida a qualidade, acessibilidade e transparência dos serviços prestados aos seus clientes? Quais os mecanismos para gerar confiança e segurança na sociedade civil? E como pode a valorização da estrutura hídrica local incentivar e disseminar o conhecimento sobre a água, fomentando a adesão aos sistemas? Estas são algumas das questões que serão respondidas neste painel de especialistas do setor.
Moderador: Luís Costa Branco, Jornalista
Oradores: Marcos Batista, Diretor de Comunicação e Desenvolvimento, Águas do Tejo Atlântico
Miguel Gomes, Presidente da Direção, DECO Norte
Miguel Lemos, Presidente do Conselho de Administração, Águas de Gaia
Paula Portugal Mendes, Diretora Geral, Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa (APCE)
A ECONOMIA CIRCULAR NO COMBATE À AMEAÇA
DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
A capacidade de mitigação dos efeitos das alterações climáticas e o aumento da resiliência das infraestruturas às ocorrências mais frequentes de fenómenos extremos, afiguram-se como um dos maiores desafios do modelo holístico do ciclo urbano da água, na medida em que irá exigir uma forte adaptação dos atuais sistemas. Os fenómenos cada vez mais frequentes de escassez de água colocaram em causa a perpetuidade dos recursos hídricos naturais e dos métodos mais convencionais de captação de água potável, e a sua capacidade de assegurarem o abastecimento de água para todas as necessidades do país.
Nesta equação, soluções que promovam a circularidade de recursos, como a reutilização de água residual tratada ou o aproveitamento das águas pluviais afiguram-se essenciais para a subsistência da atividade económica, em particular a agricultura, em zonas mais secas. Outras soluções, como a produção de biogás e bioplásticos, ou a valorização das lamas produzidas nas ETAR assumem-se como potenciais fontes de receita das entidades gestoras, capazes de contrapor os investimentos que se preveem cada vez mais exigentes.
Este painel irá debruçar-se sobre as várias vantagens da circularidade que advém do ciclo da água, desde a conservação dos recursos hídricos até à resiliência da oferta de água, passando pela redução das emissões de CO2 e pela proteção dos ecossistemas aquáticos.
Moderadora: Susana Ferreira, Diretora de Novos Negócios, AGS/ APDA
Oradores: António Eusébio, Presidente do Conselho de Administração, Águas do Algarve
Filipe Araújo, Presidente do Conselho de Administração, Águas e Energia do Porto
Joana Guerra Tadeu, Ambientalista Imperfeita
Luísa Magalhães, Diretora Executiva, Smart Waste Portugal
EFICIÊNCIA DOS SISTEMAS
– UM OBJETIVO ESSENCIAL PARA O SETOR E PARA O PAÍS
O “milagre português” não foi absoluto e as médias nacionais dos principais indicadores de desempenho já não o conseguem esconder: Portugal apresenta uma dualidade gritante de realidades no que concerne à gestão da água.
Ao mesmo tempo, o paradigma da disponibilidade de água agudizou-se em algumas regiões do país, com a intensificação das reuniões das comissões de seca a contrastar com fenómenos cada vez mais frequentes de cheias e inundações.
Perante esta realidade, os participantes desta mesa-redonda irão analisar o trabalho realizado, o que ainda não foi feito, e sublinhar o que não pode ficar esquecido. Na temática das perdas de água dos sistemas de abastecimento, das afluências indevidas nos sistemas de drenagem e das novas fontes de água, quais devem ser os principais vetores da estratégia do setor, e quem está mais bem preparado para participar neste desígnio nacional?
Moderador: Joaquim Poças Martins, Secretário-Geral, Conselho Nacional da Água/ FEUP
Oradores: Carlos Vieira, Diretor Delegado, SMAS de Sintra
Joaquim Sousa, Professor, Instituto Superior de Engenharia de Coimbra
Miguel Nunes, Vogal do Conselho de Administração, ERSAR
Rui Marreiros, Presidente do Conselho de Administração, EMAS de Beja/ APDA
A GESTÃO DE ATIVOS COMO CATALISADOR DA RESILIÊNCIA
DAS INFRAESTRUTURAS
Imprescindível para assegurar a fiabilidade e qualidade do serviço prestado a longo prazo, a gestão atenta de ativos assume-se como um vetor estratégico de qualquer entidade gestora, complementada pelos planos táticos de gestão patrimonial de infraestruturas que cada vez mais assumem um papel central na visão de médio e longo prazo das entidades.
A operacionalização a 360º em torno desta visão implica compilação exaustiva dos dados de cadastro, análise de dados de exploração e custos, georreferenciação de anomalias registadas e o cálculo dos respetivos indicadores, em função das características da rede.
Numa altura em que o setor tem sinalizado uma necessidade premente de investimento perante o envelhecimento das infraestruturas e um agravamento da generalidade dos seus indicadores, quais devem ser as prioridades dos decisores e qual deve ser o nível de exigência de quem gere estes ativos? Será o ótimo inimigo do bom? Quais as melhores metodologias que permitem balancear o nível de investimento com os fundos disponíveis e qual o papel das tecnologias emergentes nesta equação? Este painel irá debruçar-se sobre os principais desafios que a gestão de ativos hoje enfrenta, e a importância da fiabilidade dos dados nesta ciência.
Moderadora: Helena Alegre, Investigadora Principal, LNEC
Oradores: Ana Margarida Luís, Presidente do Conselho de Administração, AdP Valor
Filipe Carraco, Gerente, CTGA
João Faria Feliciano, CEO, AGS
Nuno Afonso Moreira, CEO, Douro Gás







